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Oi, boas-vindas
à Mixtape #21

Meu nome é Giovanna Cianelli, e, toda semana, você vai receber uma playlist com músicas selecionadas a partir da minha pesquisa musical. A ideia é explorar sons de diferentes países, gêneros e épocas.

Junho é o mês do orgulho LGBTQIA+ — uma celebração, sim, mas também um lembrete de quantas lutas, perdas e transformações trouxeram a gente até aqui. Esta mixtape é um tributo a essa história: feita pra dançar, pra sentir, pra lembrar. 

Oi, boas-vindas
à Mixtape #21

Meu nome é Giovanna Cianelli, e, toda semana, você vai receber uma playlist com músicas selecionadas a partir da minha pesquisa musical. A ideia é explorar sons de diferentes países, gêneros e épocas.
Junho é o mês do orgulho LGBTQIA+ — uma celebração, sim, mas também um lembrete de quantas lutas, perdas e transformações trouxeram a gente até aqui. Esta mixtape é um tributo a essa história: feita pra dançar, pra sentir, pra lembrar. 
Nos anos 1980 e 1990, enquanto a epidemia de HIV devastava comunidades LGBTQIA+, artistas como Sylvester se tornaram faróis. Com “You Make Me Feel (Mighty Real)”, ele celebrava sua identidade de forma radicalmente aberta — negra, queer, efusiva — em uma época em que isso podia significar exclusão ou até violência. Sylvester morreu em 1988, mas deixou sua voz como símbolo de orgulho e visibilidade.
Nos anos 1980 e 1990, enquanto a epidemia de HIV devastava comunidades LGBTQIA+, artistas como Sylvester se tornaram faróis. Com “You Make Me Feel (Mighty Real)”, ele celebrava sua identidade de forma radicalmente aberta — negra, queer, efusiva — em uma época em que isso podia significar exclusão ou até violência. Sylvester morreu em 1988, mas deixou sua voz como símbolo de orgulho e visibilidade.
Whitney Houston, cuja vida foi marcada por silêncios, é outra figura central desta seleção. “It’s Not Right but It’s Okay”, em versão remix, um hino das pistas. Apesar de nunca ter falado publicamente sobre sua sexualidade, sua relação com Robyn Crawford e a maneira como o mundo tratou isso dizem muito sobre os estigmas da época, e como a pressão para se encaixar pode apagar histórias de amor.
Whitney Houston, cuja vida foi marcada por silêncios, é outra figura central desta seleção. “It’s Not Right but It’s Okay”, em versão remix, um hino das pistas. Apesar de nunca ter falado publicamente sobre sua sexualidade, sua relação com Robyn Crawford e a maneira como o mundo tratou isso dizem muito sobre os estigmas da época, e como a pressão para se encaixar pode apagar histórias de amor.
Também revisitamos Billie Holiday, com “I’ll Be Seeing You”. Em um tempo em que ser mulher, negra e ousada já era transgressor, Billie enfrentou ainda mais por sua sexualidade e por se posicionar contra o racismo. Viveu relacionamentos com mulheres, incluindo a atriz Tallulah Bankhead, com quem teve uma relação intensa e conturbada. Billie foi perseguida pelo governo por cantar “Strange Fruit”, denúncia poderosa sobre os linchamentos raciais nos EUA. 
Também revisitamos Billie Holiday, com “I’ll Be Seeing You”. Em um tempo em que ser mulher, negra e ousada já era transgressor, Billie enfrentou ainda mais por sua sexualidade e por se posicionar contra o racismo. Viveu relacionamentos com mulheres, incluindo a atriz Tallulah Bankhead, com quem teve uma relação intensa e conturbada. Billie foi perseguida pelo governo por cantar “Strange Fruit”, denúncia poderosa sobre os linchamentos raciais nos EUA. 
“Justify My Love”, de Madonna, marca uma virada sonora na sua carreira. Uma faixa dissonante, sussurrada, que rompe com o pop polido. Escrita por Lenny Kravitz e Ingrid Chavez, a música foi produzida com uma base minimalista, cheia de ruídos, respirações e batidas lentas, criando uma atmosfera carregada de tensão sexual e provocação. Lançada em 1990, ela antecipou o que viria nos anos seguintes: o polêmico livro SEX (1992), com imagens explícitas que desafiaram o moralismo da época, e o álbum Erotica, em que Madonna assumiu o erotismo como linguagem política e artística. A faixa foi censurada na MTV e dividiu opiniões, mas também reafirmou seu papel como artista que não se dobra a nenhuma expectativa.
“Justify My Love”, de Madonna, marca uma virada sonora na sua carreira. Uma faixa dissonante, sussurrada, que rompe com o pop polido. Escrita por Lenny Kravitz e Ingrid Chavez, a música foi produzida com uma base minimalista, cheia de ruídos, respirações e batidas lentas, criando uma atmosfera carregada de tensão sexual e provocação. Lançada em 1990, ela antecipou o que viria nos anos seguintes: o polêmico livro SEX (1992), com imagens explícitas que desafiaram o moralismo da época, e o álbum Erotica, em que Madonna assumiu o erotismo como linguagem política e artística. A faixa foi censurada na MTV e dividiu opiniões, mas também reafirmou seu papel como artista que não se dobra a nenhuma expectativa.
Há também espaço para amor, leveza e celebração: a declaração libertadora de Diana Ross em “I’m Coming Out”, o grito por autonomia de George Michael em “Freedom! ‘90”, o charme experimental de Ana Frango Elétrico, os ecos do soul com Patrice Rushen e o clássico pop de pista com CeCe Peniston e Donna Summer.

Que a música continue sendo abrigo e explosão para quem ousa viver sua verdade.

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