Quando pensamos em perspectiva no desenho e nas artes gráficas, logo somos inundados por linhas se cruzando para todos os lados, cálculos matemáticos, proporções precisas e uma sensação de que é melhor deixar algum software resolver pra gente. O que perdemos com isso é o encantamento por algo que tem mais a ver com reeducar o olhar.

A artista visual francesa Louise Bourgeois fez caber em uma forma circular os principais medos de sua vida. Em variadas obras, M. C. Escher usou a precisão da perspectiva em distorção pra nos transportar para arquiteturas impossíveis de sonho. Já em Quarto em Arles, Van Gogh criou uma perspectiva única que fez um planeta inteiro enxergar uma cadeira e uma cama como nunca antes. Dos egípcios a Niemeyer, estamos há séculos entendendo a relação com os corpos e os espaços. Tudo ao nosso redor está em perspectiva. Existe um espaço infinito para nos expressarmos através dela, se aprendermos a relaxar dentro das regras e a buscar a poesia da imaginação em três dimensões.